pode-se considerar uma injustiça para o sempre chamado papa santo ou papa bom, o velho angelo giusepe roncali, o primeiro papa a sair do vaticano e a trocar as voltas às regras da cúria para visitar doentes nos hospitais públicos (indiferente às infecções que o pudessem afectar) e presos, e que convocou o vaticano ii, que abriu a igreja ao mundo e aos novos tempos, não ter direito a uma cerimónia própria e distintiva.
mas a verdade é que ele tinha sido esquecido pelos tempos em beato, enquanto joão paulo ii, o mais mediático dos papas, beneficiou de todas as vantagens da sociedade do espectáculo para ter os fiéis a proclamarem o «santo já» («santo súbito») mal se deu a sua morte, e o sucessor, bento xvi, embora mudasse imediatamente o estilo da igreja, e se opusesse à exploração da mediatização da figura dos papas, não quis opor-se a esse clamor, e fez avançar a canonização de joão paulo ii a sós.
portanto, o papa francisco, ao impor que o papa santo seja canonizado ao mesmo tempo, só fez o que podia pelo processo deste, sem desautorizar o seu sucessor.
e assim teremos juntos, nos altares, roncali e woityla – 2 figuras bem diferentes do pontificado católico.