França no grande ecrã

A Festa do Cinema Francês está de volta, e apesar do orçamento ter sido mais baixo que em anos anteriores, a selecção de filmes parece não desiludir os amantes do cinema francês e aqueles que ainda o estão a descobrir.

uma das antestreias mais aguardadas do festival é a espuma dos dias. esta é a primeira adaptação de um dos clássicos da literatura francesa do século xx, da autoria de boris vian, pelas mãos do realizador michel gondrey e interpretado pela tão acarinhada (e eterna amélie poulain) audrey tatou. outro dos eventos a destacar nesta festa é a retrospectiva à obra do realizador claude lanzman, um dos convidados mais aguardados desta festa que estará em portugal para apresentar o seu mais recente filme ¬– que estreou no festival de cannes – o último dos injustos.

este evento dá ainda oportunidade ao público de assistir a uma das maiores obras de alain resnais, hiroshima, meu amor. este filme de 1959 e baseado na obra de marguerite duras, foi restaurado sob orientação do próprio realizador, depois do excessivo número de tiragem ter danificado gravemente o negativo original. os mais novos também terão motivos para se deliciar, com a selecção de vários filmes de michel ocelot. o seu último filme, kirikou et les hommes et les femmes, é uma das antestreias deste ciclo.

a celebrar o seu 14.º aniversário, a festa do cinema francês irá passar por várias cidades do país para apresentar 46 filmes, até 10 de novembro. a festa teve início ontem, em lisboa, com a segunda vida de camille e contou ainda com a presença da realizadora noémie lvovsky. o papel de madrinha da festa coube, este ano, à realizadora, actriz e cantora agnés jaoui. o seu mais recente filme, e viveram felizes pra sempre…?, é uma das antestreias.

o institut français de portugal, entidade organizadora a festa, tem procurado, ao longo dos anos, dar uma oferta diversificada de filmes de modo a chegar a todo o tipo de segmentos. “o público desta festa é maioritariamente português, que é a quem se dirige esta iniciativa, e temos tido cada vez mais público e cada vez mais jovem”, refere margarida silva.

rita.porto@sol.pt