na praça do município, mesmo em frente da câmara de lisboa, com o céu como tecto, teve lugar o primeiro dos desfiles desta edição: o regresso do sangue novo, plataforma de novos talentos. depois de dez anos de ausência, aquela que foi sempre uma das iniciativas mais pujantes da modalisboa, e de onde saíram nomes como maria gambina, miguel flores e lara torres, regressou. mais arrumadinha e profissional, menos irreverente, mas mais vocacionada para as exigências de um feroz mercado, para o qual a moda é cada vez menos um conceito e cada vez mais um mercado.
no total, foram apresentadas dez mini-colecções, cada uma com cerca de seis coordenados, todas criadas por jovens que terminam agora ou terminaram há pouco a sua formação. a dupla 20 i 25, de vítor gouveia e joão soares, esteve claramente em destaque, mostrando uma maturidade superior; bem como olga noronha que, com a perturbadora colecção jóias medicamente prescritas, demonstrou que, no campo da joalharia de autor, é um nome a não perder de vista.
seguiu-se o desfile de ricardo andrez, cada vez mais consistente, com peças nas quais nada parece ter sido deixado ao acaso. uma colecção onde a palavra streetwear parece ser o ponto de partida, mas que não passa despercebida. andrez continua a provar que sabe que simplicidade é um conceito que pode – e deve – caminhar distante da banalidade.
a fechar lidija kolovrat foi beber inspiração a os lusíadas, mas o resultado acabou por se perder no conceito. a epopeia marítima portuguesa da designer revelou-se algo desconexa, com estampados e volumes muito bem conseguidos a contrastar com outros excessivamente fantasiosos.
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