Subvenções politicas não tocam nos privilégios dos governantes

Depois de muito pressionado por todos a dar o exemplo, sujeitando também o Governo e os políticos à austeridade que Passos tem imposto ao resto do País sem com isso sequer conter a dívida, o primeiro-ministro optou por uma estranha solução: propor um corte de 15% nas subvenções dos políticos ainda em vigor (Sócrates, em…

entretanto, passos coelho continua sem tocar nos seus próprios privilégios, que certamente o deslumbram na sua actividade de governante. num apanhado recente feito na sua coluna do dn e nunca desmentido, baptista bastos denunciava assim só o gabinete do primeiro-ministro: 1 chefe gabinete, 19 assessores, 7 adjuntos, 4 técnicos especialistas, 10 secretárias pessoais, 1 coordenadora, 13 técnicos administrativos, 9 elementos para apoio auxiliar, 12 motoristas. fora seguranças. e fora os gabinetes dos restantes ministros e secretários de estado.

imaginem-se os milhares de milhões de euros que se pouparia, se os gabinetes dos ministros portugueses tivessem a magreza dos que existem nos países europeus mais ricos, como os nórdicos, em que os ministros andam inclusivamente em transportes públicos. tinha-se a despesa pública cortada, e a função pública retomaria funções que os gabinetes lhe retiram.

de resto, a austeridade nacional deste governo é tão original, que eu penso ser portugal o único país do ocidente europeu em que os vice-presidentes do parlamento têm direito a carro de serviço do estado.

portanto, enquanto a austeridade esmaga a população mais indefesa, a começar pelos reformados (que, como dizia ricardo araújo pereira num seu artigo recente, sendo velhos, têm tendência a ‘falecer’ e a não poderem votar nas próximas eleições), e ameaça agora vagamente os políticos retirados – não chega à população mais rica (a não ser em casos absolutamente impostos pela troika) nem aos governantes no activo.