Tropa vai às escolas recrutar

Foi uma das medidas mais emblemáticas de Paulo Portas, enquanto ministro da Defesa, e vai chegar ao fim por decisão de um Governo de que Portas também faz parte. O agora ministro da Defesa, José Pedro Aguiar-Branco, decidiu acabar com o Dia da Defesa Nacional (DDN), nos moldes em que foi criado, em 2004.

destinado a jovens com 18 anos, o ddn – que na prática não se circunscrevia a um só dia – tinha como objectivo promover as forças armadas e tentar captar voluntários. por razões financeiras, o ministro da defesa suspendeu as actividades este ano. e, no futuro, os militares vão passar a ir às escolas falar com os alunos em vez de trazer os jovens às unidades militares.

anualmente, o custo com o ddn ronda os 6,4 milhões de euros. este ano, em que as actividades só decorreram no primeiro semestre, gastaram-se três milhões e para 2014 estão orçamentados apenas dois milhões de euros.

“faremos uma racionalização e reajustamento, que são necessários, para se ter menos encargos”, reconheceu esta semana aguiar-branco na comissão parlamentar de defesa.

segundo o ministro, os militares vão às escolas para se poupar “nas deslocações” dos jovens, e os currículos escolares vão passar a integrar matérias relacionadas com a defesa.

os custos com o ddn dispararam porque, além do aluguer de autocarros para trazer jovens de todo o país, as unidades militares aproveitaram para fazer obras de renovação nos quartéis, alegando serem necessárias para receber os jovens e imputando essa despesa ao ministério.

helena.pereira@sol.pt