estas maratonas eram um concurso de resistência: quantas horas aguentaria, de seguida, um casal a dançar? “quis perceber o que tinha acontecido nos eua nos anos 20, à volta das maratonas de dança. temos esta coincidência de uma grande crise económica na europa neste momento e queria perceber o que tinha acontecido na grande crise dos anos 20 dos eua. queria ver as semelhanças entre os dois períodos. e, devagar, acabei por recriar um novo tipo de maratona”, diz mathilde monnier. afinal, quanto se pode aguentar?
independentemente das dificuldades, em twin paradox ninguém está sozinho. os bailarinos dançam sempre aos pares. há cinco casais em palco, que se movimentam em conjunto, se abraçam e lutam entre si, se apoiam e se empurram, mas que nunca se afastam, nunca se separam. “tal como nas maratonas de dança, em twin_paradox há sempre alguém preso a outro alguém. nunca se está sozinho. e, aqui, isso é físico. quis pensar essa questão do par na dança, presente sobretudo no ballet: o que é isto de duas pessoas dançarem juntas? na vida estamos sempre a lidar com as relações que temos com os outros: com os filhos, a mãe, um amante. estamos sempre em confronto com outro corpo, com outra pessoa. temos sempre que estar em negociações com o outro. mas não podemos viver sozinhos”.