nós, os europeus, estamos tão distantes destas loucuras, que nada temos a ver com o que se passa nos eua. na europa, nem a direita mais radical se atreve a assumir-se contra politicas de saúde a favor dos cidadãos em geral, e dos mais desprotegidos em particular. quanto muito, vão disfarçadamente corroer um bom bocado (mas não totalmente) os serviços públicos de saúde, talvez para beneficiarem os particulares habituados a viverem á custa do estado, como acontece com o actual governo de passos coelho.
nos eua, o tea party, com o seu radicalismo, tem talvez a veleidade de se transformar na vanguarda da direita, para dominar o pais – como aconteceu, parece que por acaso, nas presidências de g.w. bush. mas não o está a conseguir agora. frente a obama, nas 2 anteriores eleições, o partido republicano optou por candidatos moderados e geralmente prestigiados: john maccaine e mitt romney. e não ganharam, sobretudo com o último, porque eles esconderam a sua matriz moderada (romney, por exemplo, tinha lançado, como governador do massashusetts, um programa de saúde muito semelhante ao obama care), e adoptaram alguns dos radicalismos do tea party.
estou convencido de que depois da primeira presidência hesitante e cheia de compromissos de obama, muitos democratas teriam votado num romney mais semelhante ao que se candidatou no massashusetts. as politicas do tea party é que lhe ditaram a derrota.
mas o tea party é, numa coisa, parecido com o governo de passos coelho: nenhuma derrota, nenhuma prova de que estão errados e de que as suas politicas funcionam ao contrário do pretendido, os faz reverem posições. cá, na europa, suponho que, mais tarde ou mais cedo, isso os levará à derrota. lá, nos eua, já lhes rendeu 8 anos de g.w. bush, e talvez ainda lhes dê mais qualquer coisa. mas não já, como demonstram as sondagens dos americanos indignados com o shutdown.