Ladrões na maior, vítimas sem defesas

Tornou-se moda os ladrões acusarem roubados, por vezes com sucesso, o que torna as vítimas cada vez mais indefesas.

há dias, soubemos que o advogado dos ladrões que roubaram obras primas (de picasso, monet e gauguin…) do museu kunsthal, em roterdão, holanda, uns romenos já apanhados e levados a tribunal, aparentemente responsáveis também pela destruição dos quadros para apagarem provas, esse advogado quer acusar o museu por segurança deficiente. a prova dessa deficiência seria seguramente a concretização do roubo. deste modo, a vingar a tese, qualquer ladrão pode sempre processar o roubado, porque nunca teria as coisas roubadas suficientemente seguras.

hoje, um diário dá conta de que uma mulher quer processar a stª casa da misericórdia por se ter viciado na raspadinha. devia-se presumir que, antes de ter essa ideia, devolveria qualquer prémio cobrado naquele jogo. e eu nem sou favorável a pôr tentações, como jogos ou drogas (o que deveria incluir álcool, e tabaco e provavelmente nos conduziria a uma pouco saudável falta de liberdade, que nem deus impôs à sua criação) à mão de semear.

o pior é haver precedentes preocupantes: recorde-se o processo que rui pedro soares ganhou contra o sol, por este se ter limitado a denunciar situações que foram consideradas suficientemente graves para a pt o afastar da sua administração.

concluindo, com a justiça actual, pelo menos a portuguesa, o crime é que está a dar. ser vítima é que só traz dissabores, mesmo depois com a pretensa justiça. acreditando que os romenos ladrões do museu de roterdão não poderão contar com a justiça portuguesa, que acalentou rui pedro soares, provavelmente não levam a sua avante. pouco consolo para nós, portugueses.