os vinhos da madeira são praticamente desconhecidos do grande público do continente, tão habituado que está aos produtos do douro, dão ou alentejo. e é pena. a natural barreira do mar, alguma inércia dos produtores em passarem a sua mensagem ou as suas atenções mais viradas para o fortificado vinho madeira (produto por excelência da região), têm obstado a que tintos e brancos e diferentes sabores cheguem ao palato dos continentais.
não resistimos, por isso, a provar e a falar dos vinhos do produtor duarte caldeira, que em 2008 se lançou à feitura dos seus brancos e tintos a partir de terrenos que lhe couberam por herança. em apenas três hectares, e também com o recurso a uvas compradas a outros produtores a quem dão apoio técnico, duarte caldeira, os seus três filhos e o enólogo paulo laureano colocam no mercado 25.000 garrafas. a marca terras do avô pretende homenagear a cadeia de avôs da família e que está na origem das terras onde agora estão plantadas castas tintas como a touriga nacional, a tinta roriz, o syrah e o merlot, e brancas como o verdelho da madeira.
provámos o terras do avô tinto 2009, com notas violáceas, aromas de frutos silvestres e tosta, evidenciando estrutura e frescura na boca. o terras do avô tinto grande escolha 2010, de cor granada, apresenta aroma a frutos vermelhos maduros, chocolate e tosta. revelou-se muito equilibrado e persistente na boca. nos brancos, o terras do avô grande escolha 2011 revela uma grande mineralidade, com notas de frutos tropicais como o maracujá e o ananás. muito fresco, com boa estrutura, revela enorme complexidade. por último, o mais recente, o terras do avô branco 2012, com notas de frutos tropicais, alguma mineralidade, elegância na boca e muita frescura.
quatro vinhos que já estão à venda em lojas como el corte inglés e wine o’clock, em portugal, e podem ser diferenciados desde logo pelos seus originais rótulos: cor verde para os brancos e vermelha para os tintos. os rótulos circulares são colocados nos lotes de reserva e grande escolha. l
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