OE 2014: quase todos contra

Os jornais de ontem traziam declarações do democrata-cristão e centrista Freitas do Amaral, a considerar que o Governo desafia de má fé o Tribunal Constitucional, com a inconstitucionalidades óbvias do Orçamento de Estado para 2014 – deixando um apelo à demissão, com a consideração de que só pode procurar isso com este caminho.

ao mesmo tempo, surgiam declarações do presidente da moderada sedes, o ex-ministro das finanças muito critico de sócrates e apoiante do memorando inicial com a troika, considerando a propósito do mesmo oe 2014 que as politicas ‘erráticas’ e as decisões ‘fora do tempo’ abrem caminho a ‘incerteza e a desconfiança’, que são ‘incompatíveis’ com recuperação económica, investimento e emprego.

note-se que estas posições surgem quando se admite que uma recuperação externa mas dentro da ue pode alavancar algo de bom para portugal, independentemente do mau que o governo continue a fazer. mas quando o próprio governo, mais do que apostar na transparência e debate, procura coordenar as suas posições subjugando os deputados da maioria, e evitando que só o cds apresente alternativas menos dolorosas (o líder parlamentar do psd acaba de apresentá-las, nem que seja só para ver e arquivar).

também a igreja, sobretudo desde a substituição de d. josé policarpo no patriarcado de lisboa, tem sido muito critica para com este governo – e não propriamente pelas posições pouco religiosas do seu primeiro-ministro.

d. josé policarpo, falando ontem, foi de resto uma espécie de apoio isolado do executivo, ao preferir criticar a oposição por o que entende ser ‘falta de alternativas’, do que a situação pelas politicas seguidas.

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