bárbara guimarães já fez saber na sic que está pronta para voltar aos ecrãs e apresentar a gala do programa factor x a 1 de dezembro, apesar do polémico divórcio de manuel maria carrilho e das acusações de violência e alcoolismo que marcaram a última semana.
ao mesmo tempo, a estação de carnaxide desmente o ex-ministro da cultura, garantindo que a apresentadora nunca foi convidada por balsemão para um lugar na administração do canal. «é totalmente falso», garantiu ao sol fonte oficial da sic. «só quem não sabe como são eleitas as administrações em grupos cotados em bolsa pode pensar isso».
em causa estão as polémicas declarações de carrilho, que esta semana acusou a mulher de, há um ano, ter entrado «num processo de degradação», de andar «sistematicamente alcoolizada» e de estar descontente com o trabalho. «o dr. balsemão ofereceu-lhe um lugar na administração da sic, com o qual ela não se sentiu à altura. e decidiu disputar-se com as meninas de 18 anos na apresentação. encheu-se de silicone e não se ‘bombou’ de botox porque eu me recusei e disse que saía de casa», afirmou ao correio da manhã o ex-embaixador de portugal na unesco.
ao sol, o ex-ministro garante que a informação que teve sobre o convite do chairman do grupo impresa foi-lhe transmitida pela própria bárbara há cerca de um ano, quando a apresentadora atravessava uma fase de indefinição profissional: «estava frustrada, queria voltar a ser a rainha do entretenimento. eu aconselhei-a a regressar à informação, onde ela tinha provas dadas. não me ouviu».
a ‘novela’ em que se transformou o divórcio litigioso da estrela da estação não ameaça, contudo, a programação do canal.
«temos estado todos com a bárbara e o que sabemos é que ela está pronta para apresentar as galas», disse ao sol júlia pinheiro, directora de formatação de conteúdos de carnaxide, garantindo que a apresentadora está bem acompanhada: «a bárbara adora trabalhar e adora o directo e vai encontrar no trabalho e nas obrigações que ele traz uma motivação para ultrapassar esta tormenta».
também a l’oréal paris, marca da qual bárbara é embaixadora em portugal há cinco anos, adianta que o contrato se mantém como previsto, apesar de a apresentadora não ter estado presente ontem na inauguração da primeira loja de rua, no chiado. «o mais importante neste momento é o seu bem-estar e a preservação da sua vida privada», garante fonte oficial da empresa.
carrilho admite
‘excessos de linguagem’
a queixa de violência doméstica continuada apresentada por bárbara contra carrilho, no passado dia 17, já está a ser investigada pelo departamento de investigação e acção penal (diap) de lisboa, mas por decisão judicial o caso está em segredo de justiça.
a apresentadora – que se refugiou em casa – acusa o marido de agressões e de, em agosto, a ter ameaçado com uma faca na presença dos filhos dinis, de nove anos, e carlota, de três. e avançou com um pedido de divórcio litigioso para pôr fim a 12 anos de casamento.
o ex-ministro nega todas as acusações de violência e diz-se «surpreendido» com a decisão da mulher, que mudou as fechaduras da porta de casa e contratou seguranças para lhe barrarem a entrada, impedindo todas as suas tentativas de entrar em casa. «nunca mais vi os meus filhos, como podem fazer isto a um pai que todos no bairro conhecem por ser exemplar, que passeia com eles, que os leva a lanchar e a dar comida aos pavões?», queixa-se ao sol o ex-ministro que, depois de ter chegado a portugal no dia 18, vindo de uma viagem de trabalho a paris, também apresentou uma queixa por violência contra a mulher, acusando-a de o impedir de entrar em casa e de ver os filhos.
manuel maria carrilho admite que se pode ter «excedido nos comentários sobre a embriaguez da mulher e os seus traumas com a família». mas garante: «é tudo verdade e ajuda-me a compreender os motivos deste seu comportamento irracional».
o professor de filosofia lembra que no último ano fez tudo para convencer a apresentadora a procurar ajuda: «a bárbara tem um problema de álcool grave, que até pode ser hereditário porque o pai também é um ébrio e isso aliado à forma como tem estado a lidar com o envelhecimento ajuda-me a explicar as razões deste seu comportamento».
carrilho diz que a mulher bebe sistematicamente e que este verão, na sua propriedade em viseu, «caiu numa sebe, de tão embriagada, e deu cabo de uma cozinha inteira à frente dos nossos filhos».
bárbara guimarães tem-se remetido ao silêncio. os advogados de ambos estão a tentar chegar a um acordo, mas carrilho garante que até agora ninguém lhe propôs ver os filhos. «por que é que a bárbara não deu entrada com um processo de divórcio normal, por mútuo acordo, que seria muito mais rápido?», questiona. «qual é o seu objectivo ao fazer isto, desta forma, quando já poderia estar tudo resolvido?».
álcool e nódoas negras
os amigos da apresentadora na produção de programas têm confirmado que era habitual bárbara aparecer para trabalhar com nódoas negras, que tinham de disfarçar com maquilhagem. «foram muitas as vezes que a vi chegar marcada, mas nunca pensei que fosse vítima de agressão. a bárbara dizia que caía, mas curiosamente nunca tinha marcas na cara», disse ao sol fonte da área da produção de programas.
em plena troca de acusações, a a primeira mulher de carrilho, maria joana morais varela, deu uma entrevista ao dn a revelar que também ela fora espancada pelo ex-ministro durante um dia inteiro e ameaçada com facas. ao sol, a mãe do filho mais velho de carrilho diz que já fez saber junto do advogado de bárbara que está disposta a «prestar depoimento». maria joana morais varela, de 61 anos, acrescenta que decidiu falar por «a violência doméstica ser um flagelo que continua a ser vivido em silêncio por muitas mulheres».
carrilho desvaloriza as declarações da ex-mulher, que não vê há 30 anos. «infelizmente já esteve várias vezes internada no júlio de matos».
o ex-ministro arrisca agora também uma chuva de processos: o advogado de bárbara guimarães, pedro reis, confirmou ao sol que se prepara para apresentar uma queixa por calúnias e difamação contra carrilho e admite que o padrasto, o pai e a mãe da apresentadora possam também vir a processar o professor de filosofia.
joana.f.costa@sol.pt