sol
d. josé policarpo
contrariando as vozes recorrentes de alguns bispos, o cardeal fez em setúbal uma intervenção pública em que chamou a atenção para algumas evidências: a de que, por vezes, parece que ninguém sabe que portugal está numa crise, como se o estado pudesse satisfazer todas as reivindicações; e a de que, se falhasse a ajuda externa, não haveria dinheiro ao fim de um mês e meio para pagar salários e pensões. um alerta politicamente incorrecto, mas civicamente corajoso, do patriarca emérito de lisboa. que ainda fez questão de salientar que não vê ninguém das oposições a apresentar soluções. outra evidência inconveniente…
paula teixeira da cruz
no momento em que paulo portas apresentou um conjunto de generalidades sobre a reforma do estado, sobressaem as reformas, de facto e de fundo, já feitas na área da justiça. da alteração do código do processo civil ao mapa judiciário, passando pelo novo regime de insolvências ou a simplificação da acção executiva, entre outras reformas. um espírito e uma acção reformadores que ainda esta semana valeram à ministra alguns elogios na conceituada revista the economist.
bernardino soares
ganhou a aposta difícil e arriscada de reconquistar para o pcp a câmara de loures 12 anos depois de a ter perdido para o ps. e, não tendo maioria na vereação, revelou agora pragmatismo e liderança política ao firmar um acordo com o psd local (que tem à frente fernando costa, ex-presidente da câmara das caldas) para assegurar a governabilidade do município. o ex-líder parlamentar do pcp já marca pontos nesta nova fase da sua carreira política.
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paulo portas
depois de dez ensaios falhados para apresentar o famigerado guião da reforma do estado, o vice-primeiro-ministro não se coibiu de mais uma encenação mediática para, finalmente, apresentar… um conjunto de 112 páginas de banalidades, reformas já efectuadas ou ideias gerais a debater no futuro. não há uma reflexão política de fundo, nem a enumeração de propostas concretas, nem ideias novas, nada. é um documento que não adianta nem atrasa. e apresentado a destempo, ainda por cima. para meter na gaveta e esquecer rapidamente.