a aldrabice é óbvia, porque visa esconder uma situação, com receitas irrepetíveis (a venda dos anéis de família, sem sequer manter os dedos intactos). mas o pior é a facilidade com que governantes em determinados momentos abusam do seu poder para venderem património público. pense-se por exemplo nas pousadas de portugal, começadas por salazar, com antónio ferro, que foram sem mais despachadas para um privado (deixando o estado e os contribuintes mais pobres, e não em melhor situação). e pensemos num serviço público típico, como os correios, que nem tatcher, na sua fúria privatizadora, se atreveu a vender no seu tempo em inglaterra (está agora a fazê-lo cameron).
portanto, uma das formas de medir os maus governos é pela quantidade de receitas extraordinárias destas que fazem, indiferentes à forma como empobrecem o pais e os seus contribuintes – que já lhes pagam as mordomias com que se inebriam de poder, enquanto impõem para baixo extremos de austeridade e pobreza. e um jornal publicou recentemente um ranking sobre o assunto. o recorde absoluto pertence a passos coelho, com 8.350 milhões de euros em receitas (dos quais falta concretizar, mas estão anunciados para breve, 683). em segundo lugar surge durão barroso, com 8.130,8 milhões de euros. e em 3º lugar o politico que precisou de um passos coelho para voltar a pôr a cabeça de fora, josé sócrates, com 4.939 milhões (ainda assim, a grande distância dos competidores imediatos).