ONU tão à deriva como UE

Mesmo admitindo uma total abertura de espírito e mentalidades, mesmo dando como adquirido que a noção de democracia espalhada pelo Ocidente pode não coincidir com outras culturas do Mundo, o facto de na eleição desta semana de novos membros para a Comissão dos Direitos Humanos da ONU surgirem países como a China, Cuba, Rússia ou…

e os que com estes foram votados, e também eleitos na mesma altura, não deixam de assumir uma atitude igualmente incompreensível, ao aceitarem pacificamente o dislate. por exemplo, a frança, macedónia, maldivas, méxico, marrocos, namíbia, áfrica do sul e reino unido.

em menos de um mês, esta é a segunda mudança polémica na onu. em outubro, a arábia saudita, e chade e a nigéria foram eleitos membros não-permanentes do conselho de segurança das nações unidas – onde as deliberações se tomam por unanimidade.

baseada em genebra, a comissão dos direitos humanos tem como principal finalidade aconselhar a assembleia geral sobre situações em que os direitos humanos são violados (lol).

afinal, já parece mais compreensível que, em 15 de março de 2006, quando a onu aprovou a criação da nova organização de direitos humanos, os estados unidos se opusessem, com o argumento de que não se conseguiria assim evitar os abusos contra os direitos humanos que acontecem no mundo.

não é só a ue que anda numa deriva anti-democrática. só que uma globalização sem organismos internacionais fortes e bem formados é a lei da selva no seu pior – como nós estamos a constatar tão dolorosamente aqui pela periferia da europa.