SOL&SOMBRA

O mais e o menos a semana visto por José António Lima.

sol
maria luís albuquerque

os dados ontem divulgados pelo ine de crescimento do pib pelo 2.º trimestre consecutivo, pondo fim a um longo ciclo de recessão, vêm confirmar a reanimação da economia e insuflar algum optimismo no clima depressivo em que o país tem vivido. e juntam-se aos números recentes, também animadores, sobre o decréscimo do desemprego. a ministra das finanças tem razões, mesmo que apenas momentâneas, para suspirar de alívio. esperando que uma nova dose de austeridade em 2014 não venha anular estes ténues sinais de recuperação. 

miguel macedo

nos tempos que correm, é invulgar ver um ministro ser aplaudido pelas galerias do parlamento – onde a moda recente são os protestos e apupos organizados. ao defender que a psp é um ‘corpo especial’ dentro da função pública, o ministro da administração interna foi aclamado de pé pelos polícias que lá estavam para protestar em silêncio contra os cortes orçamentais de 9% e as medidas de austeridade que os atingem. e o ministro ainda pôde garantir que a operacionalidade das forças de segurança não será afectada pelos cortes na despesa.

&sombra
ricardo salgado

depois da guerra familiar na praça pública, é um presidente mais enfraquecido que vai continuar à frente do grupo espírito santo, à espera que decidam a sua sucessão. a imagem do bes – já afectada pelo envolvimento em vários e obscuros processos judiciais (do mensalão ao monte branco, entre muitos outros), pelos elevados prejuízos de exploração e pelo avolumar de negócios com crédito malparado – sofreu mais um rombo na sua credibilidade. tanto josé maria ricciardi como o ainda presidente saem a perder deste episódio tipo dallas. 

rui machete

a curta história da sua presença no governo é uma sucessão de sarilho atrás de sarilho. agora, foi a meta da taxa de juro de 4,5% para evitar um segundo resgate – que o levou a ser desmentido pelo vice-primeiro-ministro, ministra das finanças e primeiro-ministro… com a idade, perdeu a noção do seu papel e das conveniências. e tornou-se um troublemaker que só arranja problemas ao governo.
josé antónio lima