o teatro do parque das nações é gerido pela empresa pública estamo, responsável pelo património imobiliário do estado e que funciona sob a égide da parpública. há três anos que se discute a permanência da cnb no camões e que se tenta renegociar a renda anual de dois milhões de euros paga pela secretaria de estado da cultura (sec) à estamo.
este ano, porém, com os já anunciados cortes na cultura, a resolução deste impasse ganhou premência. de tal forma, que a sec pondera já uma saída do teatro camões, mudando a cnb para o centro cultural de belém. contactado pelo sol, o ccb responde apenas que o assunto “não foi discutido” e portanto não tece comentários. já jorge barreto xavier diz que a sec está “empenhada em encontrar uma solução sustentável”.
a directora da cnb, porém, diz-se “optimista” de que o teatro camões continuará a ser a casa da cnb. “segundo sei o secretário de estado já fez uma proposta muito concreta à estamo”, explica luísa taveira, ao mesmo tempo que levanta dúvidas quanto à viabilidade do ccb ser a nova casa da cnb. “para a cnb não haveria problema em estar sedeada no ccb, mas é preciso pensar o que se perde. os espaços do ccb estão sempre a ser usados e a ocupação que a cnb necessita iria impossibilitar a programação que se faz no ccb”.
mais próxima poderá estar a solução para o estatuto do bailarino, que entrou na assembleia da república “há quase 20 anos”, segundo luísa taveira. “tanto quanto sei poderá estar para perto um desfecho. tenho mantido reuniões regulares com a sec, a cnb tem sido chamada a intervir e sei que a comissão de trabalhadores da cnb também será chamada para contribuir para a resolução. não podemos continuar assim. os bailarinos são atletas de alta competição e entre os 38 e os 42 anos a sua carreira acabou, mas não se podem reformar. é desumano”.
ao sol, a sec adiantou que está a preparar uma proposta de lei que enquadre a carreira do bailarino profissional de bailado clássico e contemporâneo e que “a proposta de lei deverá seguir o processo legislativo em breve”, mas que “a complexidade das questões que esta lei abarca obriga a uma adequada maturação e auscultação dos principais interessados, o que leva o seu tempo”. vinte anos, mais concretamente.