Igreja da Guarda tem Justiça ainda mais lenta do que a portuguesa

Nunca confiei demasiado na má Justiça portuguesa, e não é agora que começarei a fazê-lo. Mas o caso do Padre do Fundão acusado de pedofilia, e agora condenado pela Justiça civil a 10 anos de prisão, dá que pensar.

primeiro, porque as explicações do padre, para se defender, nunca foram convincentes; depois, porque a diocese da guarda sempre o defendeu totalmente, mesmo quando parecia muito culpado; e agora a própria diocese da guarda anunciou um recurso da condenação, considerando que esta não corresponde à verdade.

mas, extraordinariamente, a diocese da guarda anunciou estar também a investigar o assunto – o que põe em causa todas as convicções com que tem defendido o padre. e, pior do que isso, demonstra que a diocese da guarda tem uma justiça ainda mais lenta do que a oficial portuguesa. o que, mesmo tendo em conta os tempos próprios da justiça, não abona a favor da diocese, nem da justiça oficial portuguesa.

e, claro, imaginamos o que a igreja portuguesa, com cumplicidade do núncio em lisboa, se tem esforçado para não deixar o papa saber do que se passa na guarda-fundão. a sexualidade da igreja continua a viver hipocritamente fechada – pelo menos por cá.