“o turismo tem sido sistematicamente mal tratado na forma como os fundos são afectos. definir o turismo como uma actividade não industrial, transaccionável, virada para a exportação, tem levado a que dificilmente muitas actividades turísticas se encaixem em linhas de apoio e em incentivos que teria sido importante usar no passado” defendeu o responsável, à margem do 39º congresso da associação portuguesa das agências de viagens e turismo (apavt), que termina hoje na terceira, açores.
na sua primeira intervenção pública, cotrim figueiredo – que substitui frederico costa no cargo – antecipou ainda que pretende chamar a atenção do futuro banco de fomento para o sector turístico.
“é muito importante que também nesse aspecto o sector do turismo não veja espartilhado o acesso a fundos que resultem das funções do banco de fomento e que retirem ao turismo de portugal e a actividade turística meios e capacidade de actuação”, disse aos jornalistas.
sobre um maior peso político que o turismo possa vir a ter no ministério da economia, o novo presidente do instituto público refere que “o peso político tem a ver com duas coisas, uma muito virtuosa e a outra, depende. a que depende é a capacidade das pessoas trocarem favores de natureza política ou outra, e eu não tenho”.
“a minha fidelidade é com o objectivo de pôr o turismo no papel que ele merece ter. e aqui entra o segundo significado do que é ter peso político: é ter capacidade de argumentação para dizer que há determinadas coisas no turismo que não podem continuar como estão, sob pena de estarmos a desperdiçar recursos públicos que teriam outro tipo de utilização ou não estarmos a retirar da actividade todo o benefício que podíamos”, argumentou ainda.
sustentando que o turismo “é uma forma de ancorar um modelo de desenvolvimento”, o gestor argumenta que “enquanto houver por parte das entidades públicas dispersão de prioridade em relação a este assunto e enquanto houver dispersão por parte dos privados na forma de representar os seus interesses não vai ser possível transformar o turismo naquilo que tem capacidade de ser, uma actividade exportadora e criadora de emprego”.
*na terceira, a convite da apavt