Cápsula gigante abandonada

O Estado vai gastar 700 mil euros na compra de uma câmara hiperbárica nova para equipar o recém-criado Hospital das Forças Armadas, em Lisboa, na zona do Lumiar. Isto porque não é possível transferir para aqui a actual câmara, que está a ser usada num anexo do velho Hospital da Marinha, em Santa Clara, já…

a câmara hiperbárica é uma espécie de cápsula gigante, com capacidade para 14 pessoas, e serve para fazer tratamentos de oxigenoterapia hiperbárica – administração de oxigénio puro a uma pressão superior à atmosférica – usados em casos de intoxicação por monóxido de carbono, de descompressão, em feridas de difícil cicatrização ou efeitos secundários da radioterapia. só existem duas em portugal: a da marinha e outra no porto. a câmara hiperbárica de lisboa é usada fundamentalmente por utentes do serviço nacional de saúde e, para a marinha, é «fundamental» no apoio aos seus mergulhadores.

a sua importância é tal que o ministro da defesa nomeou mesmo um grupo de trabalho de cinco pessoas para avaliar o que fazer ao equipamento. a conclusão foi a de que, «tecnicamente», não é possível fazer-se a transferência da cápsula gigante, que funciona em santa clara desde 1989.

de acordo com os planos do governo, a nova valência do hospital das forças armadas, que resulta da fusão dos hospitais dos três ramos militares, estará a funcionar no final do próximo ano. o edifício do velho hospital da marinha já está na lista de imóveis a vender pelo ministério da defesa e arrisca-se, assim, a ser alienado com um ‘bónus’ lá dentro.

helena.pereira@sol.pt