estes dados, precisou a mesma fonte, reflectem o número de acordos preparados entre 03 e 12 de dezembro, com vista à rescisão amigável dos contratos de trabalho.
“até ao final do dia de quinta-feira cerca de 80 trabalhadores manifestaram nos recursos humanos a intenção de rescindir os respectivos contratos no âmbito do plano que lhes foi proposto. estes processos poderão estar fechados até ao início da próxima semana”, disse a mesma fonte, questionada pela agência lusa.
as indemnizações individuais a pagar aos 609 trabalhadores dos estaleiros navais de viana do castelo (envc) variam entre os 6.000 e os 200 mil euros. contudo, a comissão de trabalhadores, que agendou para hoje à tarde uma manifestação de protesto contra o encerramento da empresa, tem vindo a apelar à não-aceitação de qualquer acordo.
segundo a administração da empresa, os acordos estão prontos a avançar e só não foram ainda assinados porque a autorização para a empordef contrair um empréstimo bancário para financiar este plano só foi aprovado, em conselho de ministros, a 05 de dezembro, aguardando-se a libertação das verbas necessárias.
esta semana, em declarações à agência lusa, o presidente da empresa portuguesa de defesa (empordef) afirmou querer evitar a “todo o custo” o despedimento coletivo nos envc, optando pela negociação de acordos amigáveis.
“não diria que é uma decisão adquirida que tem que haver despedimento colectivo. diria até que, a todo o custo, deve-se evitar essa solução e deve-se sempre criar, por diálogo, por negociação, por acordo, soluções construtivas que sejam no interesse das pessoas, do estado e do futuro da actividade económica existente”, afirmou rui vicente ferreira.
o administrador da empordef – holding que detém a totalidade do capital social dos estaleiros -, admitia na altura que “há condições, num curto espaço de tempo, para completar o processo” de subconcessão, concurso internacional que o grupo português martifer venceu.
“a nossa perspectiva é de entregar, durante o mês de janeiro, se possível, a actividade ao novo subconcessionário”, apontou vicente ferreira.
além disso, garante que as condições propostas no plano social para a rescisão dos contratos, que vai custar ao estado 30,1 milhões de euros, “tem em conta” as situações sociais, familiares e grupos etários dos trabalhadores, esperando por isso “uma grande adesão”, mas sem fixar prazos para concluir esta fase.
“quanto mais depressa houver um grau de adesão elevado a esse plano social, mais rápido é possível, em relação ao universo remanescente, tomar decisões”, disse.
por outro lado, admite que o início do recrutamento de trabalhadores pelo novo subconcessionário – que anunciou a criação de 400 empregos -, facilite a implementação deste plano.
lusa/sol