o curioso é que os pró-governamentais depois queixam-se do ps por não haver acordos. nitidamente, não reparam no que o primeiro-ministro diz e quer.
um jornal chegou agora a dizer que o pm estava preparado para um acordo com o ps quanto ao irc, mas que o ministro marques guedes o impediu. parece surrealista isto de um simples ministro inviabilizar um acordo importante com a oposição, e que tinha o apoio do chefe de governo. mas com esta gente tudo é possível. a verdade é que a proposta de irc, sem o acordo do ps, é de curto prazo – ou seja, mais uma coisa de que a nossa economia não precisava. como não precisa certamente de descidas no irc que não sejam acompanhadas no irs e nalguns ivas.
mas de resto o primeiro-ministro afirmou-se muito satisfeito com a situação, e nem achou necessário preocupar-se com os constantes erros de previsões do seu governo. quanto ao futuro, assim seguramente não há garantias de nada, a não ser do tom diáfano do pm, à espera de que algum dia a crise acabe no mundo, e nós beneficiemos disso, para depois sugerir que foram as suas medidas que finalmente compuseram o mundo – e, por arrasto, talvez também portugal.
esquecendo que, como disse lagarde, tudo teria sido menos penoso, e mais eficaz, de outra maneira.