SOL&SOMBRA

O mais e menos da semana visto por José António Lima.

sol

passos coelho

quase imperceptivelmente, os ventos parecem estar a mudar a seu favor. os novos relatórios do banco de portugal, ine e ocde sobre a economia portuguesa apresentam, todos eles, sinais animadores – no crescimento, no emprego ou nas exportações – e, no eurogrupo, já se antecipam datas para o final do programa de ajustamento português e a saída da troika. a nível político, foi linear a apresentar a sua recandidatura à liderança do psd no congresso que se aproxima e até já se recoloca o cenário de poder ganhar as legislativas de 2015. só não se percebe qual a lógica, política ou mediática, de dar duas entrevistas na mesma semana, uma ao jornal de negócios e outra à tvi… tem assim tantas mensagens para fazer passar?

leonardo jardim

pegou numa equipa destroçada e acabada de sair da pior época de sempre da história do sporting para a transformar no conjunto de jogadores que pratica o futebol mais entusiasmante e eficaz do campeonato português. com um plantel de custo reduzido e que assenta nos jovens da formação, o mérito principal só pode ser do treinador. que transfigurou o futebol sportinguista e o conduziu, para já, à liderança isolada do campeonato. há quatro meses, ninguém apostaria em tal proeza.


sombra

paulo núncio

é certo que o programa extraordinário de regularização de dívidas ao estado é importante para cumprir a meta do défice de 5,5% e está a correr bem: já rendeu 400 milhões e pode mesmo atingir os 600 milhões, meta desejada pelo secretário de estado dos assuntos fiscais. mas para a atingir não pode valer tudo. e a permissão de pagamento em dinheiro vivo, sem limite, nas dívidas à segurança social é um incentivo ao branqueamento de capitais e a operações à margem da lei. que contraria tudo o que o estado tem dito sobre o combate à corrupção.

mário soares

continua a cumprir, com ligeireza e irresponsabilidade política, a agenda radical do bloco de esquerda. agora, foi aos estaleiros de viana do castelo espalhar demagogicamente ilusões sobre o futuro da empresa, no dia dos seus 89 anos. não teria sido mais útil e importante marcar presença no funeral de mandela?