SOL&SOMBRA

A semana vista por José António Lima

sol

maria luís albuquerque

termina o ano da sua estreia como ministra das finanças com uma série de boas notícias: a execução orçamental até novembro revela um crescimento de receita até nos impostos indirectos (como o iva) e as verbas recebidas com o perdão fiscal extraordinário já ultrapassam os 800 milhões de euros. com tudo isto, a folga orçamental deve permitir que o défice de 2013 fique bem abaixo da meta dos 5,5% estipulados pela troika – o que será um êxito para uma ministra debutante e num ano de crise particularmente difícil. e nem o chumbo do tc fez subir os juros de portugal nos mercados financeiros. só boas notícias.

miguel macedo

2013 foi um ano negro no que respeita a incêndios: morreram oito bombeiros no combate aos fogos e arderam quase 150 mil hectares de floresta e mato. daí a pertinência e a importância dos relatórios oficiais de inquérito que tanta polémica estão a provocar por apontarem falhas e erros de comando. como diz o ministro, ‘não se trata de nenhuma caça às bruxas, mas de aprender com tudo o que se passou’. é esse o caminho para evitar novas tragédias e minorar a amplitude e as consequências dos incêndios florestais.

vital moreira

apesar do seu conhecido alinhamento ideológico, veio contestar, enquanto reputado constitucionalista, o recente acórdão do tc sobre a convergência de pensões. afirmando que «é uma tese pelo menos desproporcionada» a «ideia de que uma redução de 10% pode afectar gravemente os ‘planos de vida’ de uma pessoa», mesmo tratando-se de pensões da cga com valores elevados. e acrescentando que, com este entendimento, o tc torna as pensões públicas intocáveis – ainda que dando a entender o contrário… aí está um analista lúcido e conhecedor do que falta.

sombra

ricardo rodrigues

o ex-deputado do ps e um dos mais empedernidos aparelhistas do ciclo de sócrates viu o tribunal da relação de lisboa confirmar a sua condenação por ter metido ao bolso os gravadores de dois jornalistas da sábado quando estava a ser confrontado com perguntas incómodas. a justiça, muitas vezes, não dorme.