não é por acaso que o ps insiste já, mesmo sabendo que com elevado irrealismo, que “portugal deve seguir o mesmo caminho trilhado pela irlanda”, ou seja, que saia do programa de três anos de assistência da troika sem necessidade de qualquer outro apoio internacional. seguro sabe que passos terá um trunfo político de peso nas mãos se conseguir fazer portugal regressar aos mercados em 2014, mesmo com um programa cautelar, resolvendo e ultrapassando o gravíssimo problema que a irresponsável governação de sócrates e dos socialistas deixou ao país em 2011.
a nível interno do ps, seguro terá que segurar a sua liderança com um resultado nas europeias acima dos 40% (próximo dos 44,5% obtidos por ferro rodrigues em 2004), que lhe abra perspectivas de vitória clara para as legislativas de 2015 e cale os adversários internos. não é por acaso que seguro vai agora lançar a iniciativa novo rumo, uma espécie de estados gerais à guterres, que culminará numa convenção uma semana antes das europeias.
é bom não esquecer as recentes críticas de sócrates ao acordo que seguro fez sobre a descida do irc e “que custa a aceitar quando o governo continua a cortar salários e pensões” ou, no mesmo sentido, as farpas de antónio costa à “inoportunidade” desse acordo feito em cima do oe. nem se devem ignorar as acusações de maria de lurdes rodrigues à “ausência de direcção do ps, que seria outra coisa se no lugar de seguro tivéssemos antónio costa” ou as atoardas do socialista josé lello: “assim não vamos lá, como se vê pelas sondagens. o que tenho visto é o ps a não sair da cepa torta. tem 35%, 36%, isso não dá para nada”.
seguro bem pode recordar a estes lellos e companhia que o seu amado líder josé sócrates teve 26,5% nas europeias de 2009 ou 28,1% nas legislativas de 2011. ou o pobre share televisivo de 9% a 10% que coloca sócrates no último lugar dos comentadores. foi graças a ele que o ps ficou numa cepa muito torta.
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