Governar como quem gere empresa é mau

Suponho que foi a Teresa de Sousa, num artigo do Público, que criticou o primeiro-ministro Passos Coelho de estar a governar o País como se gerisse uma empresa cotada em Bolsa. E ainda assim mal, diria eu, como se tem visto pela reacção dos mercados às politicas nacionais.

mas a prova acabada de que assim é foi a passividade do executivo perante a desgraça das pessoas afectadas pelos tornados de 6ª e sábado passados. se não temos governo para isso, mas apenas para os seus membros gozarem as dispendiosas mordomias do poder (estranhamente nunca afectadas a sério pelos cortes da austeridade), só nos resta esperar pela mudança propiciada por umas eleições. com a certeza de que, mesmo verificando-se uma melhoria económica do pais, essa melhoria demorou muito mais do que se fosse conseguida com politicas melhores, e se verificou à custa dos mais frágeis dos cidadãos.

o que interessa um pais ser rico, se os cidadãos forem mantidos na pobreza?

e convinha os comentadores perceberem uma coisa: se uma classificação económica, segundo a qual 2 trimestres seguidos de crescimento negativo constituem entrada na recessão, e mais uns quantos fazem entrar em espiral recessiva, e depois em depressão (como por cá aconteceu), o facto de a mesma classificação ditar que após 2 trimestres seguidos de crescimento positivo se considera o fim da recessão – este último facto não implica que não tenhamos estado na recessão, na espiral recessiva e na depressão. digo isto porque vi alguns comentadores, depois dos números dos 2 últimos trimestres, afirmarem que afinal não estivemos na espiral recessiva: é que estivemos mesmo, e os efeitos continuarão a sentir-se, mesmo que a recuperação se tenha iniciado (e os parcos números do último trimestre não permitem leitura tão positiva).