a taxa de juros da dívida portuguesa a 10 anos atingiu hoje os 4,97%, o valor mais baixo desde maio de 2010. em apenas um mês, a euforia dos investidores com os activos da periferia da zona euro fez os juros da dívida nacional recuar de 6,2% para menos de 5%, a queda mais abrupta das taxas desde o início da crise do euro. nos restantes prazos, a tendência foi semelhante: a taxa a 5 anos atingiu 3,5% e a 2 anos 1,8%, dois mínimos face a 2010.
desde o início do ano, os investidores têm apostado fortemente na dívida da pública da periferia da zona euro, em particular dos países intervencionados. irlanda, espanha e portugal têm visto os juros da sua dívida recuar para valores anteriores à crise do euro e os seus leilões de dívida registar queda de juros e forte procura. os juros da irlanda a 10 anos cotaram hoje nos 3,2%, um mínimo de oito anos e a própria grécia – cujos juros caíram para um terço num ano – já admite voltar aos mercados no final de 2014.
na sexta-feira, a standard&poor´s, a maior agência mundial de rating, retirou portugal da vigilância negativa – um corte de rating já não é o cenário mais provável -, enquanto a moody´s elevou o rating da irlanda para o patamar de investimento. ainda na semana passada, espanha foi aos mercados e financiou-se a 3 anos com o juros mais baixo de sempre ( 1,6%). estes eventos empolaram ainda mais a recente euforia dos investidores com a periferia da zona euro.