“O Pestana Rio Atlântica, no Rio de Janeiro, já está esgotado há muito tempo porque foi reservado com antecedência por um dos patrocinadores do evento”, revela ao SOL um dos administradores do Pestana no Brasil, Pedro Reimão.
Dos nove hotéis que o grupo tem no país, três estão reservados pela organização (ver mapa). “Destinam-se a selecções, mas também a clientes, jornalistas e até à própria equipa da FIFA”, explica. Mas só no final deste mês saberá se vai ter jogadores nas unidades Pestana.
Já os hotéis Tivoli vão receber duas equipas. No São Paulo Mofarrej ficam os norte-americanos, que defrontam Portugal a 22 de Junho, em Manaus. E os croatas escolheram o Tivoli Ecoresort Praia do Forte, na Bahia.
“O hotel de São Paulo está cheio e o da Praia do Forte está quase cheio para o período do Mundial”, indica o presidente executivo do grupo, Alexandre Solleiro. “Há dias em que já não há quartos”, refere.
A cinco meses do pontapé de saída, alguns hotéis da Porto Bay também já estão completos. “O Porto Bay Rio Internacional, no Rio de Janeiro, está praticamente esgotado para todo o mês do evento. Em São Paulo, a procura está em cerca de 100% dos quartos para os dias de jogos na cidade e em 50% para o resto do período”, relata ao SOL o presidente-executivo no Brasil, Cláudio Santos.
FIFA promove hotéis
No seu quatro estrelas carioca, a rede madeirense vai ainda acolher o ‘quartel-general’ da Adidas durante a Copa. Sendo uma das principais parceiras da FIFA, a insígnia desportiva “vai utilizar cerca de 80 quartos durante o evento, bem como todas as salas de eventos, onde vão instalar o seu centro de operações e fazer eventos”, pormenoriza.
A cadeia Vila Galé também tem a lotação quase preenchida. “Temos um contrato para a maior parte dos hotéis, onde entre 70% a 80% da disponibilidade foi alocada à FIFA”, antecipa Gonçalo Rebelo de Almeida, administrador do grupo, que tem seis resorts em território brasileiro.
Além de encher hotéis com a sua comitiva, a FIFA divulga no site oficial do evento – através da MACTH, o seu braço para o turismo desportivo – uma lista de alojamentos em todo o Brasil, que permite aos espectadores pesquisar e reservar quartos. Entre as mais de 700 unidades, cerca de 20 são de marcas nacionais, incluindo o Palms Boutique Hotel – unidade em Campinas detida por um português, onde ficará a selecção das Quinas –, o Enotel Resort e Spa de Porto Galinhas ou o Oásis Atlântico de Fortaleza.
Ainda assim, e apesar de ser um mega-evento, os hoteleiros portugueses com negócios no Brasil não arriscam resultados quanto ao retorno do Mundial. “Em princípio, terá um impacto positivo na facturação do grupo Porto Bay no Brasil, embora seja difícil prever a expressão em termos anualizados”, antecipa Cláudio Santos.
Previsões incertas
Apesar de esperar “um efeito global positivo” porque o Mundial “gera procura elevada de clientes internacionais e estrangeiros”, Pedro Reimão alerta que a prova pode ter “efeitos negativos”. Leva ao adiamento de outros eventos e afasta os clientes habituais, sobretudo os que viajam por motivos profissionais, justifica.
“Vamos ter um Junho melhor do que é normal, mas provavelmente vamos ter um Julho pior. Acredito que o saldo vai ser positivo, mas ainda é uma incógnita”, concorda Gonçalo Rebelo de Almeida, lembrando que as autoridades brasileiras decidiram antecipar as férias de Julho para Junho, o que terá reflexo na época alta da hotelaria.
“Haverá muita comunicação à volta do Brasil. Em termos de turismo internacional, admito que o pós-Copa, no segundo semestre de 2014, possa ser bem melhor, mas é impossível ter previsões muito rigorosas”, resume.