A Randstad, uma das principais agências de recrutamento do país, está optimista. “Antevê-se o crescimento ligeiro do número de oportunidades no mercado de trabalho”, adiantou ao SOL Ana Costa, responsável pela unidade de recrutamento da empresa.
Os processos de recrutamento são sobretudo de quadros médios e superiores, nas áreas de vendas e marketing que envolvam contacto com mercados externos. Na área financeira e bancária são solicitados profissionais para funções de direcção, análise de risco e controlo de gestão, havendo também procura na engenharia e indústria.
Mas as tecnologias de informação são “o sector onde a procura de quadros é cada vez maior, tornando-se quase um oásis num tecido empresarial assolado pela crise instalada desde 2009”. Procuram-se acima de tudo programadores, analistas e administradores de sistemas. Há ainda outros sectores que, graças ao crescimento das exportações, necessitam de quadros especializados. Os têxteis, por exemplo, têm falta de modelistas e designers.
A consultora Hays prevê também “um ano de viragem em termos económicos, que já se está a reflectir no mercado de trabalho”, assegura Carlos Maia, office manager da empresa. Está a haver um “grande aumento” na procura de quadros médios e de topo. As tecnologias de informação, indústria e logística, banca, retalho especializado e grande consumo vão “ter um ano de recuperação”.
Menos expatriados
Ana Isabel Trigo Morais, directora-geral da Associação Portuguesa das Empresas de Distribuição, admite um aumento dos postos de trabalho “se houver consistência no crescimento do consumo”. Luís Reis, presidente da Confederação dos Serviços de Portugal, espera criação de emprego no retalho e no sector tecnológico. “Temos associadas que estão a conseguir exportar serviços de elevado valor acrescentado”, justifica.
Mas há notícias menos positivas para quem quer ir trabalhar para fora. Ana Costa, da Randstad, indica que os recrutamentos internacionais devem começar a abrandar, dado “o interesse das empresas em reduzir custos com expatriados”. Mas haverá sempre excepções. Na Alemanha, devido ao envelhecimento da população, “irão necessitar nos próximos anos de um número muito elevado de jovens com níveis de formação académica superior ou técnicos especializados”.