Europeias: Marinho Pinto tem que multiplicar o MPT por 5

Marinho Pinto, ex-bastonário da Ordem dos Advogados, apresentou recentemente a sua candidatura como cabeça-de-lista do Partido da Terra (MPT) às eleições europeias do próximo dia 25 de Maio. Mas, para ter hipóteses de ser eleito para Estrasburgo, Marinho Pinto precisa de multiplicar por mais de cinco vezes o total de votos (24.062 correspondentes a 0,67% dos…

De facto, o mínimo de votos necessário para eleger um representante é bastante mais elevado em eleições europeias do que em legislativas ou autárquicas.

No mínimo, 135 mil votos

Em 2009, Portugal elegeu 22 representantes do total de 754 eurodeputados do PE. E o último e 22.º a ser eleito pelo método de Hondt foi o terceiro representante do BE, com 127.555 votos, com uma abstenção na casa dos 63%. O que significa que o MPT teria agora que multiplicar os 24.062 votos de 2009 por 5,3 vezes para eleger o seu cabeça-de-lista.

E a já difícil, ou quase impossível, tarefa de Marinho Pinto ainda se complica mais pelo facto de Portugal passar a eleger 21 eurodeputados em 2014 (e não os 22 de 2009). Isso implica que, a manter-se o nível de abstencionistas nos 63%, como há cinco anos, o último eleito português precisará de ultrapassar, no mínimo, os 135 mil votos.

A eleição falhada de Miguel Esteves Cardoso

Recorde-se que, nas primeiras eleições europeias em que Portugal participou, no ano de 1987, foi muito falada a candidatura de Miguel Esteves Cardoso pelo Partido Popular Monárquico (PPM). As eleições legislativas e europeias realizaram-se nesse ano em simultâneo, no dia 19 de Julho. E Esteves Cardoso conseguiu quase multiplicar por sete os 23.218 votos do PPM nas legislativas, levando a lista europeia dos monárquicos a atingir uns surpreendentes 155.990 votantes.

Mas, ainda assim, essa expressiva votação ficou a mais de 50 mil votos do limiar mínimo de eleição – o 24.º e último eurodeputado então eleito, o 10.º do PSD, precisou de 211.182 votos, bem acima do resultado de Esteves Cardoso.

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