Meco: Corpos sem vestígios de fita adesiva

Os corpos dos seis jovens que perderam a vida no Meco não tinham vestígios de fita adesiva nem marcas de que estivessem amarrados quando foram engolidos pelas ondas a 15 de Dezembro passado – apurou o SOL junto de fonte da Medicina Legal.

Desde domingo que as famílias dos estudantes da Universidade Lusófona apelam a que lhes sejam enviadas fotografias que tenham sido tiradas durante o resgate do corpo de Pedro Negrão, 11 dias depois do desaparecimento. O objectivo é confirmar se o cadáver, descoberto na praia por populares, “apresentava na zona dos tornozelos restos de calças, amarrados com fita isoladora preta”. Esta informação que chegou aos pais através de uma pessoa que diz ter estado no local quando o corpo foi resgatado, e “que está disposta a colaborar com a Justiça e dará todas as indicações sobre o que viu”, disse ao SOL Fátima Negrão, mãe daquele estudante de 24 anos, que perdeu a vida no Meco. Depois disso, a mesma informação foi dada por uma outra pessoa, “que nada tem em comum com a primeira”.

A fita adesiva preta é usada pelos jovens nas praxes, habitualmente para prender os sapatos aos pés. As famílias suspeitam que possa ter sido utilizada naquela noite para atar os jovens durante um ritual.

Mas não será pelas autópsias que as suspeitas de que os jovens pudessem estar com mãos e pés atados ficarão comprovadas. Segundo garantiu ao SOL fonte da Medicina Legal, não havia quaisquer vestígios nos corpos, muito menos no daquele jovem, o último a ser resgatado pelas autoridades, já na praia da Fonte da Telha (Costa de Caparica). “O cadáver estava num avançado estado de decomposição e irreconhecível”, adiantou ao SOL a referida fonte. “Mal se conseguia perceber qual era o sexo”.

Nem mesmo no primeiro corpo resgatado das águas do Meco – o de Tiago Campos, retirado às 6h55 da manhã do dia 15 – foi possível confirmar vestígios de que tivera os pés ou mãos atadas, apesar de o cadáver ainda ter restos do traje académico, sabe o SOL.

As conclusões da autópsia a este jovem foram enviadas esta semana ao procurador da República de Almada, Moreira da Silva, que tutela a investigação. Desse relatório fazem parte os testes à eventual presença de álcool e drogas, que só foi possível fazer no caso de Tiago. Nos restantes corpos, é impossível obter resultados, devido à sua decomposição, pela acção corrosiva do mar e da areia.

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joana.f.costa@sol.pt