A corrupção grassa sem freio

O relatório deste ano do Conselho de Prevenção da Corrupção afirma que em 63 casos investigados, houve apenas 3 condenações. No ano anterior, os casos investigados goram ligeiramente menos, 60, e as condenações um pequeno dobro, 6.

Não ia querer condenar ninguém sem razão, e até admito que muitas queixas possam partir de pequenas vinganças sem base legal. Mas, se atendermos ao que se passa à nossa volta, e dos casos que conhecemos apenas através dos jornais, podemos concluir que os investigadores ou andam demasiado distraídos, ou estão tão envolvidos na engrenagem, que não pretendem combatê-la. OU será a Lei que é a desculpabilizadora?

O próprio jornal ‘Sol’ já foi exemplo de como o sistema de justiça português é mais rápido e eficaz a condenar denúncias de corrupção, mesmo verdadeiras, mesmo que tendo consequências a outro nível (não judicial), como aconteceu com uns ex-administradores despedidos da PT – do que a perseguir a própria corrupção.

Aliás, é pena, no seu relatório, o Conselho de Prevenção da Corrupção não detalhar quantos denunciantes, a começar pela imprensa, já foram condenados: era capaz de apostar que seriam muito mais do que os corruptos evidentes e notórios.