Ibis quer construir hotéis nas Torres de Lisboa

A rede de hotéis Ibis quer aumentar a presença em Portugal. Há planos para avançar com duas unidades, um Ibis e um Ibis Budget, nas Torres de Lisboa, entre a 2.ª Circular e o Eixo Norte-Sul, embora os projectos estejam ainda a aguardar licenciamento. E a expansão pode também avançar através de gestão de marcas…

Com 22 unidades no país, o próximo hotel a abrir será o Ibis Budget Braga, em Março. Com mais de 80 quartos, será o segundo em Portugal – já existe em Gaia uma unidade com este posicionamento, que o grupo francês define como super-económico. E integrará a rede da Accor através de um contrato de franchising com um investidor que já tem dois hotéis com marcas do grupo (Ibis e Mercure) em Braga.

“Este é um período muito adequado para fazer negócios com hotéis que já existem, para desenvolver a marca Budget, para franquiar com o Ibis Styles ou construir sob a marca Budget”, explica o director de Operações da Ibis em Portugal, André Cavrois.

“Em 2014 teremos acções concretas para falar com parceiros, investidores e bancos. Será um ano para projectos concretos”, reforça. E exemplifica com o conceito Ibis Styles, que ainda não existe em Portugal e que pode aplicar-se a hotéis com conceito próprio. Uma vez que não tem de obedecer a standards mundiais de decoração como a Ibis e a Ibis Budget, pode estender-se a hotéis independentes.

“É um conceito que se adapta bem ao país, já que há muitos hotéis com dificuldades. Temos muitos investidores, bancos e hotéis que precisam de uma marca forte e mundial para fazer a diferença face à concorrência”, sustenta Cavrois. Garantindo que decorrem “muitos contactos”, o responsável acredita que, com esta estratégia, “é fácil ficar com o dobro dos hotéis” em Portugal.

Mas também frisa que, para passar a Ibis, um hotel terá de ser renovado e nem todos os proprietários querem investir. “É a grande dificuldade” neste processo.

Balanço positivo em 2013

Quanto ao desempenho da rede em Portugal, André Cavrois faz um balanço positivo de 2013. Porém, não deixa de sublinhar o impacto da crise. “O ano correu bem. Abrimos um hotel-chave, no Parque das Nações, em Lisboa, com o novo conceito. Mas foi um ano difícil em termos económicos”.

Dependendo dos hotéis, desde 2011 que os preços médios estão a baixar entre 10% e 20%. “Em 2011 e 2012 baixámos as receitas. Em 2013, houve uma melhoria ligeira”, detalha o director, indicando também que a ocupação baixou em 2011 e 2012, registando alguma recuperação no ano passado devido à política de preços. “O objectivo para 2014 é ficar ao mesmo nível ou um pouco melhor”, antecipa.

“Em Portugal há uma oferta enorme de hotéis, com preços muito baixos em comparação com outros países europeus”, realça o responsável, que tem apostado na fidelização de clientes.

No ano passado, o volume de clientes portugueses – são 80% do total – recuou, mas foi compensado pela procura de estrangeiros, pondo o turismo de lazer a valer 60% e o de negócios a pesar 40%.

ana.serafim@sol.pt