«Estou farto de ouvir falar desta máquina trituradora que mata fornecedores, que não lhes paga», queixou-se hoje, na inauguração do Centro de Distribuição da Jerónimo Martins, em Algoz, Silves, no Algarve.
Recusando as acusações de fuga aos impostos, realçou que a Jerónimo Martins e a grande distribuição têm contribuído para desenvolver a agricultura e a inovação, para baixa de preços e para a segurança alimentar.
«Esta empresa trituradora, nos últimos dez anos, investiu 1,5 mil milhões de euros em Portugal e criou 10 mil empregos. Nos últimos cinco anos da crise, investiu 540 milhões de euros e criou 1.200 empregos. Não andamos aqui a matar ninguém», reforçou, salientando que o grupo também é líder na Polónia, onde a sua rede Biedronka tem quase 3.000 lojas,
«Disso ninguém fala. Nós, portugueses, parece que não temos prazer nisso. Com certeza, gostam mais de ver uma PT desaparecer? Vai para o Brasil e ‘boa noite’. Ou do que aconteceu à Cimpor? Mas as empresas nacionais como nós, como a Sonae ou a Portucel, essas não interessam. E essas ficam cá», ironizou.
A família Soares dos Santos, que detém cerca de 56% da empresa «nunca vai vender [a sua parte]». «Isto pertence à minha família há 100 anos e vai continuar a pertencer. Mas também gostamos de saber que temos algum estímulo», pediu Soares dos Santos, que começou a sua intervenção sublinhando que falaria como «cidadão» e que estava na cerimónia apenas porque o tinham convidado.
«Estou aqui porque me convidaram e não porque ainda seja o presidente da Jerónimo Martins na sombra. Não sou e há meses que não entro na empresa», assumiu perante a plateia, onde estava o actual chairman e seu filho, Pedro Soares dos Santos e vários autarcas da região.
*No Algarve, a convite da Jerónimo Martins