Fotografada para a revista National Geographic pelo norte-americano John Stanmeyer, a fotografia vencedora desta edição do World Press Photo surpreendeu tudo e todos. Ao contrário dos últimos anos, não é uma imagem de guerra ou de sofrimento. Para alguns é até uma foto relativamente banal e que não faz justiça à história que procura contar, para outros é na sua simplicidade que reside o encanto. Para o júri, porém, «há muitas fotos de emigrantes que os mostram como andrajosos e desesperados, mas esta fotografia é não só romântica como os dignifica».
À edição deste ano do World Press Photo concorreram 5.574 fotógrafos de 132 países, num total de 98.671 fotografias. As imagens foram avaliadas por um júri composto por 19 fotógrafos profissionais que, além de elegerem a Foto do Ano, distinguiram imagens e fotógrafos em oito categorias: Questões Contemporâneas, Vida Quotidiana, Notícias Gerais, Notícias Locais, Retratos em Pose, Retratos do Quotidiano, Natureza e Desporto.
Apesar de vencedora, a imagem tirada por John Stanmeyer dificilmente será aquela que ficará retida na memória daqueles que, todos os anos, acompanham o World Press Photo. Fotografias como a que retrata cinco jovens indianos, cegos e albinos (2), ou ainda a que mostra uma procissão de sobreviventes do tufão Haiyan, nas Filipinas (3), ficarão certamente mais marcadas na retina dos apaixonados por fotografia. Ainda assim, a história que mais tem dado que falar é mesmo a da imagem que venceu a categoria Questões Contemporâneas (4). Da autoria da norte-americana Sara Naomi Lewkowicz, faz parte de uma reportagem sobre violência doméstica. Durante meses, Lewkowicz acompanhou o casal Shane e Maggie no seu quotidiano em Lancaster, Ohio. Com um historial de violência, num dos dias Shane perdeu as estribeiras e agrediu Maggie. Na foto vencedora vê-se o momento da agressão, enquanto a filha de dois anos, Memphis, se precipita, desesperada, na tentativa de ajudar a mãe. Depois de registar o momento, foi a própria fotógrafa que chamou a Polícia.
