Ano de recordes no turismo em Portugal

Gastos de estrangeiros, receitas de alojamento e ganhos com passagens aéreas sobem. Mas a recuperação dos preços dos hotéis continua a ser um desafio do sector.

As receitas geradas por turistas estrangeiros em Portugal somaram 9,25 mil milhões de euros em 2013, um aumento de 7,5% face a 2012 e um recorde do sector, segundos dados do Banco de Portugal divulgados ontem. Também os gastos dos portugueses em férias fora do país bateram máximos, ascendendo a 3,12 mil milhões de euros – mais 5,9% do que em 2012.

“No mesmo ano, atingimos um recorde no número de hóspedes, de dormidas, de receitas da conta satélite do turismo, de saldo positivo dessa balança e dos proveitos globais do alojamento. Foi um ano muito positivo para o turismo em Portugal”, resume o secretário de Estado do Turismo ao SOL. “Como actividade económica, o turismo está a crescer muito significativamente, abrindo novas oportunidade de negócio”, aponta Adolfo Mesquita Nunes.

Como justificações para o crescimento, o governante aponta a requalificação e as características de Portugal enquanto destino turístico, o dinamismo e resiliência das empresas do sector e a actual estratégia de promoção.

Quanto ao transporte aéreo de passageiros, representou receitas de 2,97 mil milhões de euros em passagens (+7%), confirmando uma evolução positiva que já tinha sido apontada pelas agências de viagens, sobretudo as que trabalham na recepção de turistas estrangeiros e com o segmento corporate.

Recorde de dormidas

No alojamento, 2013 também trouxe números nunca antes alcançados. De acordo com o INE, os estabelecimentos hoteleiros acolheram 14,4 milhões de hóspedes (+ 4,2% do que em 2012), responsáveis por 41,7 milhões de noites no país (+5,2%), suportadas sobretudo pelos turistas estrangeiros. No total, os proveitos da hotelaria subiram 5,4%, para 1,95 mil milhões de euros.

“A meta dos 10 mil milhões de euros de receitas da exportação da actividade turística para 2014 deverá ser um marco histórico para o turismo e consagrará a importância estratégica deste sector”, reage o presidente da Associação de Hotelaria Portuguesa, Luís Veiga.

Mas também lembra que, apesar da subida da taxa de ocupação, “o copo ainda está meio vazio, dado que, em termos nacionais, mais de 40% dos quartos não se venderam”. E alerta que o preço médio por quarto disponível, um indicador que mostra a rentabilidade de um hotel, está em 39,7 euros – um nível ainda baixo, apesar da subida de 5,67% relativamente a 2012.

Adolfo Mesquita Nunes concorda que, apesar dos bons resultados, ainda “há desafios” para o turismo nacional. “O principal tem a ver com os preços”, assume, explicitando que só a subida da procura corrigirá a descida dos últimos tempos. Ainda assim, contrapõe que “este ano, o crescimento das dormidas não foi feito à custa de baixar preços”.

ana.serafim@sol.pt