Ter mais hotéis com tudo incluído, promover Portugal como um todo e tornar os preços mais competitivos são estratégias a seguir para reconquistar os turistas alemães. Este mercado sempre foi dos mais importantes para o sector, mas nos últimos anos Portugal saiu do radar dos germânicos, frisou o presidente da associação de agentes de viagens alemães (DRV), Jürgen Büchy, que esteve esta semana em Lisboa.
Para o turismo nacional, a Alemanha é o segundo maior emissor em dormidas nos alojamentos do país e o quarto maior quanto a receitas geradas, pesando 10% no total. Mas Portugal só capta 1,3% dos quase 34% de alemães que viajam para o estrangeiro, segundo um estudo recente da PricewaterhouseCoopers. “Na Alemanha não acompanhámos o crescimento do mercado como emissor de turistas internacionais”, conclui a pesquisa.
“Portugal perdeu a posição que tinha nos últimos 10 a 15 anos”, advertiu o presidente da DRV, num encontro promovido pela congénere portuguesa, explicando que “o principal produto, o sol e praia, perdeu competitividade face a outros países mediterrânicos”. Espanha, as Baleares e a Grécia continuam a ser as preferidas dos alemães. Porém, a crescente concorrência chega da Turquia e Tunísia.
“Portugal tem mais para oferecer do que Lisboa e Algarve. Mas isso não é muito conhecido entre os turistas alemães. Tem de ser investido mais dinheiro no marketing, em campanhas inovadoras e em eventos promocionais”, sugere Büchy. Na sua opinião, a presença da troika “não teve um impacto negativo”, sobretudo porque não houve crispação social. A forma como o país está a lidar com a crise “impressionou os alemães, que viram o esforço e sentiram simpatia pelos portugueses”.