SOL
Maria Luís Albuquerque
Foi uma semana cheia de boas notícias para a ministra das Finanças. O Financial Times já aponta Portugal como “o herói-surpresa da recuperação da zona euro” e os juros da dívida portuguesa a 10 anos baixaram para 4,8%. Apesar dos bons resultados, voltou a repetir, num seminário da OCDE em Bruxelas, que o país “não pode relaxar” e terá que manter a “disciplina orçamental por muitos anos”. No momento em que o seu antecessor, Vítor Gaspar, reaparece a tentar reparar os estragos da sua demissão-desistência de Julho, a ministra prepara o país para uma saída segura e sem sobressaltos – na qual Gaspar parecia já não acreditar – do programa de assistência da troika.
SOMBRA
Luís Montenegro
O líder parlamentar do PSD já devia ter aproveitado, ontem, o chumbo do TC à proposta de referendo sobre a co-adopção para emendar politicamente a mão e comunicar que a sua bancada desistia de tal ideia. Depois dos inenarráveis episódios que rodearam a imposição desse projecto de referendo, o PSD só teria a ganhar em assumir os erros e corrigir os disparates. Face ao seu silêncio, fê-lo a ex-vice do grupo parlamentar, Teresa Leal Coelho, pedindo que o PSD deixe cair o referendo. De que está à espera o líder parlamentar?
Assunção Esteves
As trapalhadas que a presidente do Parlamento originou com as comemorações dos 40 anos do 25 de Abril vieram somar-se a uma insólita sucessão de gafes e equívocos, nos últimos meses. Sugerir mecenato para cerimónias de Estado ou propor realizações artísticas de que os próprios artistas (como Joana Vasconcelos) se demarcam revela excesso de ligeireza e imponderabilidade comportamental. Que em nada ajudam a sua imagem. Nem a do parlamento.
Ricardo Salgado
O BES protelou a apresentação dos resultados de 2013 e percebe-se porquê: revelou prejuízos inéditos acima dos 500 milhões de euros, que ultrapassaram as piores expectativas dos mercados. O presidente do BES já vê discutida abertamente pela família a sua sucessão à frente do grupo. E os milhares de milhões de imparidades que deixou acumular no banco podem ter um efeito irrecuperável no futuro do BES.