Promoções na troika apontam para males futuros

Embora faltem apenas duas avaliações regulares ao programa de resgate português, o BCE decidiu substituir agora o seu representante máximo na troika que acompanha Portugal. O economista alemão Rasmus Rüffer, o único que se mantinha desde o início nesta troika, foi substituído pela belga Isabel Vansteenkiste, anunciou o BCE 6ª-feira passada.

E o pior é que Rüffer, como os seus colegas representantes de outras instituições (FMI e CE) entretanto mudados, vai ser promovido.

Ou seja, apesar de todos os erros cometidos em Portugal por pressão da troika, e reconhecidos pelas instituições que as integram, os responsáveis imediatos por tais erros vão sendo promovidos – levando-nos a acreditar que as suas politicas erradas continuarão a pontificar. Nenhuma esperança, portanto, de melhoras imediatas, pelo menos na Europa (no FMI, vão-se notando movimentações para mudanças, embora ainda pouco efectivas).

Entretanto, os actuais membros da troika ficam com a mensagem errada de que por muito más que sejam as suas politicas, devem manter-se, pois equivalem a promoções pessoais – o que não seria igualmente garantido por politicas mais sensatas e com resultados melhores. Portanto, não devemos esperar nada de bom da troika dos nossos credores actualmente constituída pelo indiano Subir Lall (FMI), pelo irlandês John Berrigan (CE) e pela belga Isabel Vansteenkiste (BCE).