Um dia descobrimos que os kiwis medram e vendem-se bem em Portugal e foi o que se viu, kiwis por todo o lado, machos e fêmeas como se não houvesse laranjas, pêras, maçãs e outros frutos. De facto há frutose para lá dos kiwis, como há procura para o imobiliário português para lá dos chineses.
Este país, Portugal, pode ser um país para velhos, ao contrário do que já se disse, mas, entenda-se, para velhos estrangeiros cujas reformas são razoáveis, tornando-se altas entre nós, não só pela diferença do custo como também pelas facilidades fiscais que são oferecidas aos seniores estrangeiros que escolham viver por cá.
Com o regime fiscal que garante isenção de IRS sobre reformas e pensões aos estrangeiros que comprem casa em Portugal, e passem cá seis meses por ano durante dez anos, o nosso país passou a ser um paraíso fiscal para a classe média europeia, que chega à terceira idade com rendimentos certos e elevados para o padrão de vida nacional.
Somos um país do Sul da Europa, menos ostensivamente turístico do que os mais conhecidos países do Sul, mas com um clima igualmente ameno, com um clima social também muito sereno, com uma abertura aos outros invulgar e com uma oferta imobiliária em regra com uma excelente relação no binómio preço/qualidade.
Esta realidade justifica a realização, em Paris e pelo terceiro ano consecutivo, de um Salão do Imobiliário e do Turismo Português, este ano já marcado para ocorrer de 16 a 18 de Maio, numa acção de captação de investimento não apenas junto dos emigrantes portugueses, de novo interessados em Portugal, mas também junto desse novo mercado, o dos seniores franceses que procuram destinos agradáveis para as respectivas reformas.
Este terceiro Salão do Imobiliário e do Turismo Português de Paris volta a ser uma iniciativa da Câmara do Comércio e da Indústria Franco-Portuguesa (CCIFP), com diversos apoios institucionais e privados, de Portugal e de França, bem como algumas parcerias estratégicas ancoradas nos dois países. Sendo tudo isto, é também uma oportunidade de diversificar mercados para o nosso imobiliário.
Pode haver mais mercado do que o dos chineses (que também serão bem recebidos em Portugal), oriundo da União Europeia, a par dos mercados dos países de economias emergentes, entre os quais, para lá da sempre citada China, o Brasil, cujos seniores com poder de compra têm uma natural atracção por Portugal, que é um país europeu onde se fala a mesma língua falada no Brasil.
Portugal já não é aquela terrinha de um povo que emigrava e aceitava os trabalhos mais duros que lhes quisessem dar. Ainda não será a Florida da Europa, mas tem todas as condições para o ser, com procura significativa em mercados internos da União Europeia e com procura em novos mercados das Américas, de África e naturalmente da Ásia.
O nosso desafio já não é descobrir novos mundos, o nosso desafio é fazer com que o mundo nos descubra.
*Presidente da APEMIP, assina esta coluna semanalmente