SOL
Marcelo Rebelo de Sousa
Surpreendeu tudo e todos ao aparecer no Congresso do Coliseu e subir ao palco para fazer uma intervenção – lúcida, emotiva e divertida – directa ao coração dos congressistas e militantes do PSD. Numa reunião marcada pela presença dos ex-líderes foi ele quem mais brilhou. E reconquistou o espaço de autonomia nas presidenciais que quase havia comprometido com a sua precipitada reacção à ferroada da moção de estratégia. Saiu do Coliseu aclamado por todos, em ombros. E quase ofuscou Passos Coelho, o protagonista central do Congresso.
Miguel Relvas
Ninguém apostaria que iria ser uma das figuras deste Congresso. Ao colocá-lo à frente da sua lista para o Conselho Nacional do PSD, Passos Coelho não tinha a menor dúvida de que iria pagar um preço por esse gesto politicamente incorrecto (viu-se logo a seguir na reduzida votação que a lista obteve). Mas Passos quis mostrar que o reconhecimento da lealdade política e pessoal e a retribuição do apoio e serviços prestados estão acima de acidentes de percurso como o da facilitada licenciatura na Lusófona – e também que a sua liderança suporta bem o custo destes gestos contra a corrente. Para o ex-ministro é um inesperado passo para a sua reabilitação política.
& SOMBRA
António José Seguro
É difícil perceber a sua obstinada recusa em discutir metas de médio prazo para a dívida, o défice ou a despesa primária do Estado – transmitindo ao eleitorado a ideia de que o PS não pensa nem se comporta como um partido que espera chegar ao Governo em 2015. Mas as debilidades políticas do líder do PS ficaram bem patentes na designação de Francisco Assis, à pressa e a reboque do Congresso do PSD, para a lista das europeias. Uma resposta partidária pavloviana e que menoriza o candidato.
Paulo Fonseca
A sucessão de maus resultados deixou este medíocre e irreconhecível FC Porto quase fora da Liga Europa (foi por pouco…) e com o Campeonato praticamente perdido. Pinto da Costa sempre preferiu manter os treinadores que perdem Campeonatos até ao final da época (como aconteceu a Jesualdo Ferreira em 2010 ou a Fernando Santos em 2001). Mas o ex-treinador do Paços Ferreira ainda se arrisca a sair a meio (como Fernández em 2005 ou Octávio em 2001).