Tupperware: Vendas sobem 19% em Portugal

As festas da Tupperware estão cada vez mais animadas. Em Portugal, a empresa norte-americana que inventou e vende recipientes de plástico através de demonstrações em casa dos clientes viu as vendas subirem 19% no ano passado. Em 2012, comparativamente a 2011, já tinham aumentado 14%.

“Nos últimos três anos, Portugal foi dos países que mais cresceram em toda a Europa. Está no top 3”, garante o director ibérico, António Gil, que não revela dados absolutos por o grupo ser cotado na bolsa de Nova Iorque. “A Tupperware classifica os países entre os que vendem mais de 75 milhões de dólares e os que vendem menos. Portugal e Espanha estão abaixo desse valor”, diz apenas.

A crise é um dos motivos que explicam o crescimento recente em Portugal, onde a Tupperware está desde 1965. O desemprego leva cada vez mais pessoas a procurar novas formas de rendimento. E a venda directa de produtos – fórmula desenvolvida pela Tupperware e copiada por outras companhias – tem sido uma opção.

“Temos cada vez mais demonstradoras, que são quem vende os nossos artigos. O crescimento da força de vendas no último ano foi de 20%, o que impulsiona o resultado final”, justifica. Há 10.700 vendedores em Portugal. “Praticamente um por mil habitantes”.

O aumento do consumo em casa e a tendência de levar almoço para o local de trabalho são outras justificações, o que explica que a Tupperware também tenha apostado nos recipientes para transportar refeições.

Em 2013 fizeram-se no país mais de 150 mil demonstrações, momentos em que os vendedores vão a casa de possíveis clientes mostrar as famosas caixas herméticas de plástico, criadas por Earl Silas Tupper em 1944. E aos quais a empresa já não chama ‘reuniões’ ou ‘chás’ tupperware. Agora são parties (festas, em inglês). “É um conceito mais divertido”, que contribui para angariar vendedores e dar um novo impulso aos encontros cheios de glamour organizados sobretudo a partir dos anos 50.

As parties são o principal canal de vendas da Tupperware, que não comercializa online, nem tem lojas. Apenas “acções pontuais” em shoppings.

Sobre a concorrência crescente de grandes superfícies e de outras lojas, o director ibérico rejeita que sejam rivais directos. “Não estão no mesmo campeonato que nós”, defende.

Em 2014, António Gil antecipa que as vendas e o número de demonstradoras continuem a subir em Portugal, onde a empresa tem também uma das fábricas mais produtivas da Europa. Em Abrantes, 400 pessoas fazem tupperwares para exportar para alguns dos 100 países onde a marca tem 2,7 milhões de vendedores, facturando mais de 2.8 mil milhões de dólares.

ana.serafim@sol.pt