E falou com esta clareza: “Sempre que o TC declara que uma medida não está de acordo com a Constituição e inviabiliza essas medidas nós encontramos outras. E as subsequentes são sempre piores, produzem piores resultados no médio prazo”.
Com a sua habitual e cândida falta de jeito (que não será assim tão grande, visto ter chegado onde chegou, para mal do País e do PSD), o primeiro-ministro significou que pretende governar fora da Constituição, esquecendo o primado da Lei, a seu bel prazer – e ameaça com o desastre geral se for contrariado.
Ou seja: se não o contrariarem, limita-se e tomar medidas más, e fora da Lei. Se o obrigarem a obedecer á Lei, engendrará medidas de efeitos piores, como tem feito. Mesmo assim, para gente desta, julgo que devemos defender-nos com as baias da Lei – porque se ficarem à solta, além de sofrermos agora as medidas más, ainda temos de arcar com a dívida que ele deixa, e tem sempre aumentado (dos cerca de 107% quando tomou posse, aos perto de 130% que o Banco de Portugal acaba de atestar; porque estes 130%, embora nem todos o tenham compreendido, são medidos com os mesmos critérios do que os outros 107% deixados por Sócrates, e que já não eram pouco, muito acima do limite dos 60% estabelecidos pela UE).