Desde 2010 que a companhia não ampliava a frota. Mas este ano passará de 71 para 77 aviões com a entrada em serviço, através de leasing, de quatro A320 e dois A330. Juntos, representam entre 280 e 320 milhões de dólares de investimento e disponibilizam mais 8% de lugares, contabilizou Fernando Pinto, esta semana, na apresentação de resultados da TAP, S.A., que abrange apenas o negócio de transporte aéreo.
“Isto dá uma ideia do que é o desafio da TAP em 2014. Este aumento é um pouco mais do que dizia o plano de negócios, mas é uma questão de oportunidade”, frisou. “Estamos a crescer mais do que o previsto”, garantiu o gestor, detalhando que a TAP já teve luz verde do Governo para ser uma excepção nas restrições de recrutamento das empresas públicas, prevendo reforçar as equipas.
Em 2013 e nos primeiros meses de 2014, 600 pessoas entraram na companhia, sobretudo para a área comercial, de manutenção e de tripulação. “Duvido que a totalidade das low cost que operam em Portugal gerem estes empregos”, comparou.
América Latina, a nova China
A companhia vai reforçar as frequências para Madrid e Barcelona e, até Julho, vai lançar novas rotas: Nantes, Hanover, Gotemburgo, Tallinn, São Peterburgo, Belgrado, Manaus, Belém, Bogotá e Panamá. Fernando Pinto destacou a importância da América Latina, devido ao crescimento da aviação acima da média mundial. “É a nossa China”, assumiu.
No ano passado, os lucros da TAP subiram 42%, para 34 milhões de euros. A venda de bilhetes rendeu mais 5%, alcançando 2,21 mil milhões. Brasil e Portugal passaram a ter o mesmo peso nas receitas, próximo dos 24% cada. A Europa vale 37% e África tem 3,8%.
Quanto ao volume de passageiros, subiu 5,1%, para 10,7 milhões. Manteve a tendência de crescimento dos últimos cinco anos, o que Fernando Pinto classifica como “um milagre”. “Temos crescido no volume de passageiros transportados, só com a mesma frota”, justificou.
Segundo o gestor brasileiro estes números espelham uma melhoria de ocupação dos aviões, cuja média anual subiu de 76,8% em 2012 para 79,4% em 2013. “É um número mágico porque é muito difícil de ultrapassar”, face à sazonalidade dos voos. “É próximo do milagre”, repetiu.
O preço do combustível “deu uma ajuda”, como salientou o administrador financeiro Michael Conolly, com os gastos nesta rubrica a baixarem de 811 milhões para 768 milhões.
Já os custos com pessoal subiram 16%, para 458 milhões, devido aos “subsídios que vão e vêm”, explicou Conolly, que em Abril deixa o Conselho de Administração. Vai para o Brasil onde será “um ponta de lança” na América Latina. E poderá vir a conduzir uma eventual venda da Manutenção e Engenharia Brasil. Ainda sem ter dados do grupo TAP, o presidente diz que esta área, cronicamente deficitária, tem recuperado.