Outra janela de oportunidade para o marketing veio através das crianças. Mariana Matos, da Casa do Azeite, explica: “O pediatra diz sempre às mães que a primeira sopa do bebé tem que ser preparada com azeite, porque o perfil de ácidos gordos do azeite é o mais parecido com o leite materno e, portanto, é a primeira gordura que o bebé consegue digerir. Deve ser um azeite suave, virgem extra e acrescentado em frio à sopa. O ‘Azeite Para O Bebé’ é feito especificamente para ser mais suave, mas isso é marketing. Claro que é importante para as mães que em vez de andarem à procura de um, têm ali aquele que já sabem que é suave. Mas até pode haver azeites melhores ou iguais para esse fim, a vantagem é que aquele já está identificado”.
Outra vantagem que os especialistas apontam – e que as marcas já incorporaram – são as colheitas nocturnas. “As temperaturas são mais baixas e a azeitona sofre menos naquele tempo de espera entre a colheita e a laboração, portanto está menos exposta ao calor e vai perder menos voláteis. Mas acredito que essa colheita assenta mais em pressupostos de marketing do que técnicos. Tem que se ver a relação custo/benefício. Ver o que é ter as máquinas e o pessoal a trabalhar à noite e em quanto essa mais-valia de qualidade se vai traduzir a nível económico…”, realça Henrique Herculano, do Centro de Estudos do Azeite do Alentejo.