Eis Santana Lopes no seu melhor. Acreditando que Marcelo Rebelo de Sousa acabará por recuar no momento da decisão e que Durão Barroso não conseguirá ultrapassar a desmotivação das sondagens desfavoráveis, Santana ocupa desde já o espaço potencialmente deserto do centro-direita antes que outros se lembrem de avançar.
Oproblema de Santana são três. E quase inultrapassáveis. O primeiro é que só teria condições para avançar por falta de comparência dos verdadeiros candidatos. Como ele próprio reconhece: “Se houvesse uma situação excepcional. Marcelo não ir, Durão não ir, ninguém ir e haver uma oportunidade”.
O segundo problema é o reverso do seu preenchido currículo, pois não foi famosa a sua passagem por várias funções. Saiu mal da Secretaria de Estado da Cultura, saiu pessimamente do curto desempenho como primeiro-ministro e até da presidência do clube de futebol, o Sporting, saiu antecipadamente e em ambiente pouco favorável.
O terceiro problema é que Santana Lopes, a culminar a sua atribulada passagem por S. Bento, conduziu o PSD a uma das suas mais penosas derrotas eleitorais de sempre, fazendo cair o partido para 28,8%. Ainda hoje as sondagens – que o colocam, invariavelmente, no último lugar das preferências, a par com José Sócrates – revelam os anticorpos que deixou na maioria do eleitorado. E, quanto a isso, não há mesmo volta a dar…
jal@sol.pt