Sol&Sombra

A semana vista por José António Lima


SOL

Carlos Costa

Tem defendido com firmeza e rigor a posição do Banco de Portugal na polémica prescrição de um dos processos (e da coima de um milhão de euros) a Jardim Gonçalves no caso BCP. Se a supervisão pode ter falhado no tempo de Vítor Constâncio, a verdade é que, depois, o BdP levou pouco mais de dois anos a condenar os envolvidos e a enviar o dossiê aos tribunais – quase no mesmo prazo, aliás, do processo paralelo da CMVM, que entretanto transitou em julgado sem que nenhum juiz o fizesse voltar atrás e prescrever. E faz bem o governador do BdP em alertar para o risco de mais prescrições relativas aos outros seis ex-administradores do BCP também já condenados pelo BdP.

Teresa Leal Coelho

A deputada do PSD e ex-vice-presidente da bancada não só manteve o seu voto a favor da lei da co-adopção como não se eximiu de condenar o triste espectáculo de mudanças de votos e de consciências nas bancadas da maioria. Depois do expediente de um referendo tirado da cartola para protelar a decisão, houve deputados que, pela pressão das direcções do PSD e CDS, mudaram a sua opinião e o seu voto. Um bloqueio de voto absurdo numa encenação que não dignificou o Parlamento.


SOMBRA

António José Seguro

Percebe-se que o líder do PS rejeite qualquer sombra de acordo ou entendimento com a maioria, que só o prejudicaria em termos eleitorais. Mas um partido que assinou o memorando da troika e o Tratado Orçamental não pode, sob pena de perder qualquer credibilidade, estar contra todas as medidas que essas assinaturas implicam. E invocar sempre ‘divergências insanáveis’ para com nada se comprometer. Até porque este ‘fazer de conta’ do PS acabará, como todos sabemos, no dia em que chegar ao Governo e tiver que se sentar com os credores em Bruxelas.

Luís Araújo

O ex-CEMGFA que pediu a reforma antecipada às escondidas, quando ainda exercia o seu alto cargo, viu agora esse estratagema ser anulado pela hierarquia da Força Aérea que só o passou à reforma em Fevereiro, data em que atingia o limite de idade. Perdeu, assim, umas centenas de euros na sua pensão da CGA mas, também, uma saída de funções com dignidade e pela porta alta.

José António Lima