A primeira vez que o fez foi num palco em Berlim e tinha apenas 17 anos: “Queria usar o meu corpo para criar arte.”, recorda a londrina de 27 anos, numa entrevista ao jornal inglês The Guardian. “Queria mesmo que viesse ‘de dentro’, queria criar algo bonito que fosse puro e incontrolável”.
Esteve vários dias sem comer para conseguir vomitar durante duas horas – “acho que não é necessariamente bonito ter pedaços de comida na pintura”.
Nove anos depois da primeira exibição, o seu trabalho é agora exposto em galerias.
Millie Brown refere ainda que já teve enchaquecas como consequência destas produções e, para se proteger, utiliza apenas algumas cores, fazendo uma pausa de um mês entre cada performance. “Se utilizar apenas duas ou três cores, o meu corpo depois sente-se complemente bem”.
Mas este género de obra artística tem evidentemente gerado opiniões contraditórias. Se uma idosa em Berlim ficou emocionada com a sua exibição, há quem a acuse de glorificar a bulimia.
Depois da performance no concerto de Lady Gaga, a cantora e ex-bulímica Demi Lovato escreveu no Twitter “Bulimia não é fixe. Os jovens que estão com dificuldade em descobrir a sua identidade são muito influenciados por aquilo que vêem os seus ídolos fazerem”.
Em resposta, Gaga – também ela ex-bulímica – disse que o único objectivo é a criação. Ainda assim, está a circular uma petição para acabar com a ligação entre a cantora pop e a artista, que já conta com mais de 10.500 assinaturas.
Brown parece não estar incomodada: “Estou a usar o meu corpo para criar algo bonito. Acho que é incompreendido por muitas pessoas mas não tem nada a ver com distúrbios alimentares. Se eu fosse homem, ninguém faria tal associação”.
Veja aqui a criação de uma das obras de Millie Brown e a performance no espectáculo de Lady Gaga
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