Nós, novos diplomatas

Nós, novos diplomatas, empresários, banqueiros e outros representantes da sociedade civil portuguesa, estamos a desbravar caminhos comerciais em várias direcções, criando novas rotas comerciais, agora em sentido inverso ao que fizemos na época dos descobrimentos, que é realmente o que fazemos quando angariamos investimento, de forma mais transparente e segura.

Foi o que fizemos recentemente no China Portugal Property & Investment Road Show, uma verdadeira acção de diplomacia económica, muito centrada no imobiliário e muito focada para o mercado chinês, com manifestações em Xangai, Hong Kong e Macau, materializadas em protocolos assinados com entidades chinesas do sector.

Na China, hoje uma das economias que está no pódio mundial, a missão empresarial que a AIP Feiras, Congressos e Eventos, com o apoio da Confederação da Construção e do Imobiliário de Língua Oficial Portuguesa (CIMLOP), levou a cabo, esteve a mostrar a qualidade do nosso imobiliário como destino seguro de investimento.

Não vendemos vistos de entrada em Portugal e por consequência na Europa, nem, muito menos, naturalizações apressadas e de enorme conveniência. Temos uma oferta imobiliária de qualidade e atractiva, que em algumas circunstâncias assegura condições especiais para residência prolongada, mas o que realmente promovemos é esse imobiliário de qualidade e rentável.

Por termos um conjunto de enormes vantagens comparativas face a outros mercados europeus – ausência de bolha imobiliária, tradição de qualidade da nossa construção e preços muito competitivos praticados entre nós -, temos todo o interesse em contactar directamente os melhores mercados emergentes, desarmadilhando acções menos claras que estes relacionamentos podem gerar.

Foi isto que a missão empresarial portuguesa esteve a cimentar no road show, uma missão que contou com a presença de nove empresas portuguesas, incluindo dois bancos, CGD e BCP, que estiveram representados ao mais alto nível.

De salientar a presença do vice-presidente da Caixa Geral de Depósitos e Presidente da Comissão Executiva do BNU Macau, Dr. Nuno Fernandes Thomaz, que fez questão de visitar as empresas expositoras em Xangai, o que reflecte o apoio institucional ao esforço que estas têm feito pela internacionalização do imobiliário português.

Uma diplomacia que não é paralela a nada sendo, pelo contrário, complementar da diplomacia propriamente dita, como se deduz pela simpática recepção que o Cônsul Geral de Portugal em Macau e Hong Kong, Vítor Sereno, ofereceu na Fundação Rui Cunha, em Macau, à comitiva portuguesa desta importante missão empresarial, que teve a oportunidade de apresentar o melhor que o nosso país tem para oferecer em termos imobiliários a uma série de potenciais investidores.

Os fundos de investimento chineses que procuram oportunidades no estrangeiro, nomeadamente no sector da construção e do imobiliário, vivem numa economia que lhes permite actuar no exterior, com vantagens para todas as partes, mas este encontro exige uma permanente e transparente promoção da nossa oferta, como aquela que fomos fazer há dias à China.

*Presidente da APEMIP, assina esta coluna semanalmente