SOL
António José Seguro
Geriu bem a escolha e composição da lista do PS às eleições europeias. Conseguiu a unidade de várias sensibilidades do partido (incluindo socratistas e costistas), promoveu uma ampla renovação de candidatos, apresentou nomes de reconhecida competência política e qualidade intelectual e, como cereja no bolo, a lista até cumpre na íntegra o critério da paridade. É um conjunto de candidatos bem mais qualificado e com maior relevo político do que a aparelhística e medíocre lista europeia da coligação PSD/CDS. Veremos se dá para o líder do PS chegar aos ambicionados 40% dos votos em 25 de Maio.
SOMBRA
Luís Montenegro
Veio dar a entender que em 2015 não haverá mais cortes em salários e pensões para, logo no dia seguinte, aparecer a emendar a mão na AR e a dizer que apenas não haverá é cortes suplementares no rendimento. Conseguiu, assim, lançar a confusão sobre o que o Governo está a preparar com o DEO. E acabou a meter os pés pelas mãos no que respeita a cortes definitivos, provisórios, complementares, novos ou já anunciados nos salários e pensões. Qualquer que seja o desfecho, dirão sempre que andou a tentar dourar a pílula e a fugir à verdade.
Edite Estrela
Nem a quota paritária feminina nem a quota socratista evitaram que fosse afastada da lista do PS ao Parlamento Europeu (ao contrário de Elisa Ferreira ou Ana Gomes, que se mantêm em Estrasburgo). Esta saída de uma das mais ortodoxas e fiéis seguidoras de Sócrates é, também, mais um sinal do ocaso do ciclo socrático no PS.
Ricardo Salgado
Depois dos mais de 500 milhões de euros de prejuízo em 2013, que o BES há pouco anunciou, nada parece correr bem na instituição da família Espírito Santo. Agora, além de ter sido forçado a reestruturar a gestão das áreas do grupo, o presidente do BES foi obrigado pelo Banco de Portugal a fazer uma provisão de 700 milhões para riscos de incumprimento de pagamentos. E ainda se viu alvo de uma multa de um milhão de euros pelo Estado espanhol por ‘infracções muito graves’. Uma semana sombria.