Afinal passos negoceia salário mínimo

Os períodos pré-eleitorais fazem milagres no abalar das convicções euroliberais. E confirma-se que o dito ‘que se lixem as eleições’ não vale em períodos pré-eleitorais.

Passos Coelho declarou aceitar agora o que até aqui recusara com denodo: negociar o aumento do salário mínimo – o que, embora com valores diferentes, tem vindo a ser defendido por organizações sindicais e patronais.

Mas Passos não vai ao ponto de declarar o seu amor por um aumento do salário mínimo, que até a Alemanha adoptou. Mesmo em campanha eleitoral, limita-se a admitir negociá-lo, e a dar a entender que, para o aceitar, espera ‘concessões’. Resta-nos acompanhar esta novela, e as próximas reuniões da concertação social, para sabermos o que Passos (que costume lançar rumores para os jornais, de modo a perceber melhor as reacções que não consegue antecipar de outra forma) realmente quer.